13 DEZ 2015
• Mundo Lider
Brindar com uma cervejinha sempre esteve entre as preferências nacionais, porém, há algum tempo, vem ganhando mais e mais admiradores, especialistas e produtores do tipo especial da bebida, chamada de artesanal. Sua principal característica é a qualidade dos insumos da produção: são cervejas de puro malte, ou seja, que não contém adição de cereais não maltados. Até quem não era muito chegado em cerveja tem se aventurado na descoberta. Para saber um pouco mais sobre esse universo, conversamos com o especialista Diogo Kfoury.
A cada dia surgem novas cervejas especiais. Segundo Diogo, atualmente são mais de 200 estilos diferentes, desde a mais conhecida – a Pilsen tradicional – até as mais elaboradas, que podem conter trigo, malte achocolatado, torrado ou caramelizado, entre outros. Há também as cervejas com adição de frutas, as fermentadas em tonéis de madeira, as que mais parecem champanhe, etc. “Como uma receita de comida, a elaboração de uma cerveja depende da criatividade do mestre cervejeiro e do toque dos temperos, que irão definir o sabor, o aroma e o amargor de cada uma. As possibilidades são infinitas”, explica.
Diogo ressalta que a degustação da cerveja é uma experiência muito particular, pois a sensibilidade varia de uma pessoa para outra. “Enquanto algumas gostam de amargor, por exemplo, outras não suportam”. Quanto à temperatura, para cada estilo há um ponto ideal. Diogo indica o BJCP, referência internacional que determina parâmetros para a cerveja. E a cultura brasileira de bebê-la “estupidamente gelada”? “Isso foi uma jogada de marketing para disfarçar características da cerveja com cereais não maltados e resultar em maior aceitação do produto. Quando está muito gelada, o sabor passa quase imperceptível, pois as papilas gustativas ficam anestesiadas. Ao contrário das cervejas produzidas em massa, as especiais valorizam aroma, sabor, etc. Por isso, são consumidas entre 3°C e 8°C, para que esses atributos possam se destacar e ser apreciados”.
Outra dúvida comum é a diferença entre cerveja e chope. Diogo esclarece que, nas produções artesanais, trata-se da mesma bebida. Mas fica a dica: “No Brasil, o produto engarrafado, chamado cerveja, passa por um processo de pasteurização, o que o faz perder principalmente o aroma, alterando um pouco o sabor original. Porém, o processo de fabricação é o mesmo. Então, sempre que puder, opte pelo chope. Ele certamente estará mais fresco e com mais sabor e aroma”.
Na hora de harmonizar a cerveja com a comida, Diogo recomenda: “Uma cerveja de trigo acompanha bem um peixe ou frango grelhado. Já as mais amargas e avermelhadas, uma carne vermelha”. Para não fazer feio na hora de servir: a cerveja deve estar sempre bem apresentada no copo, com uma camada de espuma para garantir suas características. Quanto à melhor taça, copo ou caneca para cada tipo, consulte Brejas e acerte em cheio.
Ficou com água na boca? Para quem estiver próximo a Belo Horizonte, uma ótima oportunidade de degustar cervejas artesanais, se divertir e ainda fazer o bem é a Festa de Natal Beneficente, que acontece no dia 19 de dezembro, na Praça dos Quatro Elementos, em frente à Cervejaria Küd, no Jardim Canadá, Nova Lima. Para entrar, basta levar um brinquedo, que será doado à creche São Judas Tadeu. “Nosso intuito é arrecadar 600”, afirma Diogo, que é um dos organizadores. Tim-tim e até lá!