Elemento que há séculos integra os lares de diversas culturas mundo afora, seja como objeto decorativo, utilitário ou revestimento, a cerâmica é também uma tradição no Brasil. Difícil encontrarmos alguém que não tenha em casa pelo menos uma peça feita a partir de argila, queimada em alta temperatura, produzida artesanalmente ou em escala industrial. Mas o trabalho que nos surpreendeu foi o do ceramista Máximo Soalheiro. Confira abaixo!
Pratos cridos pelo ceramista Máximo Soalheiro – Fotos: Anna Lara
Máximo Soalheiro e Lider Interiores
A Lider Interiores, que já oferece soluções para todos os ambientes de uma morada, desejava uma linha de cerâmicas para chamar de sua. Assim, convidou o artista mineiro Máximo Soalheiro para desenvolver um “enxoval” próprio, com utilitários (incluindo xícaras de café e cappuccino, pires, pratos e boleira), feitos para receber os profissionais e parceiros nas lojas, com todo o carinho. As peças têm a cara do ateliê do ceramista, que criou cores especiais para a marca. Criação, aliás, é algo que sempre fez parte da vida dele: “Nasci com esse espírito. Desde muito pequeno, gostava de desenhar, de construir. Sempre percebi em mim um interesse pela cor, pela criação”, lembra Soalheiro.
O multifacetado artista Máximo Soalheiro Foto: Anna Lara
A história
Natural de Sardoá, Minas Gerais, Soalheiro é um artista multifacetado, cujos processos de criação e produção fogem do lugar comum. Ainda jovem, trabalhou em uma olaria, em Betim, cidade próxima a BH, onde teve o primeiro contato com os materiais. Aprendeu bastante não só ao fazer tijolos (inclusive alguns especiais), mas desenvolvendo equipamentos, marombas, esteiras. Lá mesmo, percebeu que seu verdadeiro interesse era pela cerâmica mais artística. Começou, então, a criar peças utilitárias mais básicas, em terracota, como filtros e vasos.
A beleza das formas e variações de cores das peças utilitárias Foto: Anna Lara
Desde 1978, em seu ateliê no bairro Santa Tereza, em Belo Horizonte, Máximo Soalheiro trabalha com intensa pesquisa e experimentação, produzindo uma arte diversa e original – que vai muito além da cerâmica –, acompanhado por uma equipe de seis pessoas com diferentes habilidades e formações, como Arquitetura, Design e Belas Artes. Desse caldeirão saem trabalhos em tipografia (com máquinas antigas dos anos 1910, 1930 e 1950) associada às possibilidades do computador, das tecnologias digitais; instalações para exposições; desenho de objetos; produção de imagens; projetos gráficos de livros e discos (Máximo ama música e chegou a ingressar no curso da UFMG, mas não levou adiante), entre outros. “Sou apaixonado por impressão, design gráfico. Não me interesso só pela cerâmica, mas por suportes diversos”, conta o artista.
No ateliê, o grande forno de queima Foto: Miguel Aun
A imponente máquina tipográfica Heidelberg e o prelo – Fotos: Anna Lara
O que estar por vir
O ateliê continua atacando em múltiplas áreas. Em um mesmo dia, Soalheiro faz de tudo um pouco: trabalha na montagem de seu Instagram, num projeto híbrido de tipografia com impressão offset, num cartaz para cinema, em sua linha de cerâmicas ou de cadernetas e cadernos. Grande pesquisador, ele ainda produz o que entra em seu espaço, preparando materiais brutos, fazendo tintas, massas e até as embalagens dos produtos; um serviço completo. Ah! Vamos ficar na torcida: há a possibilidade de o ceramista desenvolver coisas novas em parceria com a Lider, um pouco mais para frente.
Cadernos e cadernetas da linha de Soalheiro Foto: Anna Lara
Máximo Soalheiro
Rua Almandina, 200. Santa Tereza – BH/MG
www.soalheiro.com.br