Um design que imagina o futuro. A 60ª edição da Milan Design Week prova que as marcas do mercado de decoração estão de olho no futuro e nos desafios que as esperam. Desafios estes que vão desde uma nova forma de produção, mais sustentável e circular, passando pelas mudanças sócio-culturais até chegar a um morar mais colorido, permeado por tons vibrantes. A jornalista Mônica Barbosa, do site Living Design, define esta edição em três palavras: “tecnologia, sustentabilidade e cor”. Outro ponto destacado por ela é o desejo das marcas por trabalhar conceitos como transparência, propósito, beleza e colaboração. Mas como ideias tão abstratas podem ser traduzidas na forma como vivenciaremos a nossa casa? É o que mostramos para você a seguir.
Um produto 100% sustentável. A Re-Chair de Antonio Citterio, cadeira feita pela Kartell em parceria com a marca de café Illy, usou como matéria-prima cápsulas de café recicladas. A Moroso também investiu na sustentabilidade ao lançar o sofá Anorak assinado por Patricia Urquiola. Seu tecido de algodão e lã é feito de sobras do mercado da moda e é 100% reciclado.
Re-Chair, collab entre a Kartell e a marca de café Illy.
Sofá Anorak por Patricia Urquiola para Moroso tem tecido 100% reciclado.
Vai além da produção do produto e chega até sua usabilidade e apresentação. Mônica destaca a iniciativa da marca Cappellini, que usou de projeções para apresentar seus móveis e conceituar a tecnologia intrínseca aos seus produtos. Também destaca a sua parceria com a IBM, em que pesquisam juntas uma série de novas tecnologias a serem aplicadas em suas peças.
Cappellini se juntou à IBM para pesquisar novas tecnologias.
O robô Piro da Moooi é um aromatizador que se movimenta pela casa.
“Podemos dizer que os neutros perderam o reinado”, explica a jornalista. Presente em todas as marcas, até nas de conceito mais tradicional, ela ganhou até a possibilidade de ser feita sob medida para o seu cliente. A tendência é tão forte que até o designer Antonio Cittero, conhecido por sua sobriedade, se rendeu às cores vibrantes com os sofás Esosoft da Cassina.
Sofá Esosoft de Antonio Citero para Cassina.
A Bambole de Mario Bellini para B&B Italia faz 50 anos e ganha cores mais ousadas.
Acolher as pessoas foi uma atitude que guiou a maioria das marcas. A Zanotta criou inclusive um manifesto, onde se liam os seguintes dizeres: “É hora de nos aproximarmos das pessoas, das coisas, de uma maneira diferente — mais consciente. E vamos aproveitar esta descoberta para trazer de volta pessoas reais e suas necessidades autênticas para o processo de design”. Pense em formas mais descomplicadas e casas mais “reais”, funcionais e menos no estilo showroom para entender esta tendência.
Para se aproximar das pessoas, a Zanotta propõe uma casa mais real.
Todas as marcas buscaram ressaltar seu DNA e entender porque fazem o que fazem. Usando da transparência mencionada anteriormente, deixam claro seus valores, qualidades e missão para que o cliente entenda e se conecte com elas.
Em busca de sua essência, a Armani Casa apresentou uma coleção que aborda toda sua história e apostou em matérias-primas naturais, como o bambu.
Beleza é uma tendência óbvia na decoração, afinal, ninguém quer fazer nada feio. Mas a estética do belo se torna ainda mais importante ao se posicionar como uma tentativa de embelezar o mundo e se conectar com as pessoas. A Kartell traduz este conceito com a luminária TEA assinada por Ferrucio Laviani, que assume o status de obra de arte. Já a Mooi e sua poltrona Hortensia propõem um viver mais leve e delicado.
Uma ode a beleza foi a temática da Kartell e sua luminária TEA.
A Hortensia Chair, da Moooi, faz uma ode à beleza.
Colaborar e criar junto nunca foi tão importante. Além de reduzir custos — algo muito necessário ao mercado pós-pandemia — agrega valor e conhecimento às suas criações. A Driade mostrou isso em sua exposição, em que convidou um DJ, designer de videogames e artistas para desenvolverem novos produtos junto à equipe de design da marca. Outra novidade foi a parceria do estilista Paul Smith com a Depadova.
Trabalho em equipe foi o mote da Driade.
O estilista Paul Smith, famoso por sua combinação de cores, criou uma linha de sofás com a Depadova.
Mais fluidas, autônomas e, consequentemente, práticas, as cozinhas se destacaram pelo uso maciço de aço inox e pelo formato modular. Deixe de lado aquela ideia de uma cozinha reta, sem curvas, e deixe novas formas te guiarem no espaço mais saboroso da casa. Também se acostume com bancadas de pia abertas em baixo e armários modulares, que podem ser movimentados e que permitem uma maior fluidez ao espaço. No quesito eletrodomésticos, a grande novidade foram os cooktops com exaustores, que prometem revolucionar o mercado.
Cozinhas abertas e fluidas foram a proposta da Cesar Cucine.
O aço inox foi a novidade do ano da Abimis.
Cooktop com exaustor da Elica promete revolucionar a cozinha.
Adeus às formas retas: as curvas foram a aposta da Cesar Cucine.
A Falper propõe uma cozinha modular que pode assumir diversas configurações.
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