13 NOV 2021
• Arquitetura
Quando se fala em arquitetura brasileira, vem logo à mente as curvas de Oscar Niemeyer (1907-2012). O arquiteto carioca é peça-chave da arquitetura moderna no Brasil. Vencedor do prêmio Pritzker em 1988, Niemeyer estudou na Escola de Belas Artes, atual UFRJ, e ganhou fama com seu primeiro trabalho individual, o Conjunto Arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte. A partir daí, suas curvas dominaram o mundo. Do Brasil, passando pelos Estados Unidos, até chegar em países como França e Itália, sua arquitetura foi fonte de inspiração para nomes como a arquiteta iraniana Zaha Hadid. Mas o que fez com que suas obras o alçasse ao patamar de gênio da arquitetura? É o que mostramos para você a seguir:
1. Novo uso do concreto armado
Antes aplicado em vigas, pilares e lajes, o concreto armado foi utilizado de forma pioneira pelo arquiteto na igreja São Francisco de Assis, que faz parte do Conjunto Arquitetônico da Pampulha. O que chama atenção é a unificação da parede com o teto, que forma um único elemento. Entra em cena também o painel de azulejos pintado por Portinari, que une arquitetura e arte em um só espaço.
2. Liberdade espacial
Niemeyer usa o método projetual em que forma segue a função, típicos do modernismo, mas manipula proporção e escala mais livremente, criando grandes vãos e espaços vazios. O prédio Niemeyer, em Belo Horizonte, usa das curvas para adquirir esta liberdade espacial.
3. Estruturas como elemento definidor do espaço
O pilotis em V do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, antigo Palácio da Agricultura, ilustra bem a utilização de estruturas para definir os espaços e integrar a arquitetura à cidade.
4. Ritmo e lirismo das formas
Considerada a obra-prima de Niemeyer, a Casa das Canoas, sua residência localizada no Rio de Janeiro, é uma construção cujo pavilhão transparente conta com um telhado em forma livre suportado em finas colunas metálicas. Com arquitetura orgânica, se adaptou de forma inteligente ao terreno irregular.
5. Formas inusitadas
Depois do uso de formas poéticas na Casa das Canoas, Niemeyer surpreende com as formas inusitadas dos pilares do Palácio da Alvorada, em Brasília. O desenho virou símbolo da cidade e está presente no brasão do Distrito Federal.
6. Integração ao entorno
O respeito ao entorno foi sempre uma preocupação do arquiteto. No Museu de Arte Contemporânea de Niterói, a vista para a Baía de Guanabara, a praia de Icaraí e o relevo do Rio de Janeiro é a protagonista da construção.
7. Moradia popular
Com a maior estrutura de concreto armado do país, o edifício Copan, em São Paulo, reúne as curvas típicas de Niemeyer e foi pensado para ser um centro cultural, residencial e de lazer.