Já reparou que as residências inspiradas em lofts estão cada vez mais em alta? Apesar de superatuais, essas moradias surgiram há muito tempo. Alguns creditam ao arquiteto Le Corbusier os primeiros traços de um loft residencial, ainda nos anos 1920. Porém, o conceito de loft urbano foi consagrado em Nova Iorque, entre os anos 1950/70, quando antigos edifícios industriais, galpões e armazéns passaram a ser convertidos em lares para profissionais liberais, artistas, publicitários e executivos. A revitalização de seus entornos e filmes como Flashdance (1983), Quero Ser Grande (1988) e Ghost (1990) colaboraram para a moda dos lofts, e, desde então, eles se transformaram não só em um tipo de morada com características arquitetônicas específicas, mas em um estilo de viver.
Fábrica de sabão do século 19, transformada em um loft na região de Tribeca, em Nova York
Loft do filme “Flashdance”
Loft do filme “Quero ser Grande”
Entre os predicados desse tipo de imóvel estão o pé-direito alto, a planta aberta – sem divisões internas e com ambientes conjugados em um só nível (algumas vezes, há um mezanino, convertido em quarto), iluminação natural garantida por grandes janelas, além de colunas de sustentação, tijolos e tubulações (elétrica e hidráulica) aparentes. Como o conceito de loft continua evoluindo, a maioria dos projetos, inclusive no Brasil, se distancia muito dos atributos originais. Ainda hoje associados à inovação, os lofts vêm se adaptando às necessidades da vida moderna e incorporando elementos como eficiência energética, sustentabilidade, design e acessibilidade.
Na Decora Lider Campinas 2015, o arquiteto Aldomar Caprini explorou o pé direito alto, em seu projeto para o Loft Masculino
Segundo as irmãs e sócias Ana Paula e Ana Cláudia Nonato, do escritório Dois A Arquitetura e Interiores, em Salvador (BA), entre os atributos que valorizam os lofts estão a versatilidade e o fato de se ter tudo à vista, de forma bem prática. “Por serem extremamente funcionais, esses espaços, praticamente sem divisões e normalmente com o pé direito alto, possibilitam uma infinidade de composições, nos mais diversos estilos. Decorar um loft é sempre fantástico”, garante a dupla.
Ambientes integrados são tendência, mas a pouca privacidade torna o loft uma opção mais viável para solteiros e sem filhos. Como recurso de decoração para delimitar os ambientes, Ana Paula e Ana Cláudia sugerem os móveis, mesclando planejados e multifuncionais; até porque, atualmente, os lofts costumam ter metragem menor. Em termos de estilo, as arquitetas apostam que tudo é possível: “Trabalhamos de acordo com o perfil de cada cliente. Se for solicitada uma decoração clássica para um loft, iremos estudar a proposta e fazer um projeto que agrade o morador. Em espaços integrados, o importante é demarcá-los com peças harmônicas, para dar leveza. Vale investir em jardins internos e plantas, imprimindo a sensação de aconchego”, explicam. Nós adoramos a ideia de um loft, e você?
Os espaços integrados são um ponto forte no Loft assinado por Roberto Carril, na Decora Lider Brasília 2015
Dois A Arquitetura e Interiores
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